The provision of the drug mavenclad (cladribine) for the treatment of multiple sclerosis

legal and sanitary controversies in Brazil

Authors

DOI:

https://doi.org/10.62530/rbdc25p240

Keywords:

Multiple Sclerosis, Mavenclad, Judicialization of Health, ANS list, SUS

Abstract

The context of this article is to analyze the legal and health controversies surrounding the supply of Mavenclad (Cladribine) for the treatment of highly active relapsing-remitting multiple sclerosis, particularly within the Brazilian Unified Health System (SUS) and health insurance plans. The research focuses on understanding how the right to health has been applied in light of the controversies surrounding the supply of Mavenclad, despite its approval by Anvisa (Brazilian Health Regulatory Agency) and incorporation into the SUS (Brazilian Health Regulatory Agency). The overall objective of the research is to understand the legal and health foundations that support the supply of cladribine in Brazil. Using documentary and case law analysis as a method, the study takes as its reference the decision of the Superior Court of Justice (Antecedente Preliminary Injunction No. 359 – PR), which reaffirms the right to access prescribed treatment, even in the face of the alleged absence of the drug from the ANS list. The results point to the growing judicialization of healthcare and the relevance of recent legislative and regulatory changes that expand healthcare coverage. The conclusion is that the incorporation of cladribine into the SUS (Unified Health System) and its consequent mandatory coverage by private plans represents progress in the realization of the right to healthcare, requiring a more dynamic and protective interpretation by the judiciary.

Author Biographies

  • Célio Ramos Farias, Santa Cecilia University - UNISANTA

    Lawyer. Bachelor of Laws (UNISANTA). Postgraduate degree in Digital Law (UNISANTA). Postgraduate degree in Real Estate Law (UNISANTA). Postgraduate degree in Notarial and Registry Law (Anhanguera). Postgraduate degree in Special and Inclusive Education (Anhanguera). Master's student in the stricto sensu Postgraduate Program in Health Law at Santa Cecília University (UNISANTA).

  • Luciano Pereira de Souza, Santa Cecilia University - UNISANTA

    Bachelor's and Licentiate degrees in Biological Sciences (USP, 1989) and Bachelor's degree in Law (USP, 1994), Master's degree in Law (USP, 2000). PhD in International Environmental Law (Unisantos, 2017). Permanent Professor in the stricto sensu Postgraduate Program in Health Law at Santa Cecília University (UNISANTA).

  • Marcelo Lamy, Santa Cecília University

    Lawyer. Bachelor of Legal Sciences (UFPR). Master of Administrative Law (USP). Doctor of Constitutional Law (PUC-SP). Post-doctorate in Public Health Policy (Fiocruz Brasília). Post-doctorate in Fundamental Rights and Access to Justice (UFBA). Permanent Professor and Vice-Coordinator of the Stricto Sensu Graduate Program, Master of Laws (UNISANTA). Professor of the Master of Science in Legal Studies, Emphasis in International Law (MUST University). Professor of the Law and International Relations programs (UNISANTA). Leader of the CNPq\UNISANTA Research Group "Human Rights, Sustainable Development and Legal Protection of Health". General Director of the Migrant Rights Observatory (UNISANTA). Coordinator of the Public Policy Laboratory (UNISANTA). Professor at the Law School (ESAMC-Santos)

References

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Consulta ao registro do medicamento Mavenclad (Cladribina). Brasília: ANVISA, 2019. Disponível em: https://consultas.anvisa.gov.br/#/medicamentos/1203911?nomeProduto=Mavenclad. Acesso em: 2 jul. 2025.

BARBEITAS, Mariana M.; et al. Rumo à equidade em saúde: por uma agenda de pesquisa baseada em casos de acesso a tecnologias. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 39, n. 12, e00174823, 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/3VsSrLvVp7BY44jWjQP5Ftf/?lang=pt. Acesso em: 4 out. 2025.

BARROSO, Luís Roberto. A dignidade da pessoa humana no direito constitucional contemporâneo: natureza jurídica, conteúdos mínimos e critérios de aplicação. 2. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.

BRANCAGLION, Mariana. A atuação dos poderes no caso do rol (taxativo) da ANS. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 33, n. 1, 2024. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sausoc/a/TsJv8DmZFHYyfxKL3CrpcyF/?lang=pt. Acesso em: 4 out. 2025. DOI: https://doi.org/10.1590/s0104-12902024220711pt

BRASIL. Decreto nº 7.646, de 21 de dezembro de 2011. Dispõe sobre o processo administrativo para incorporação de tecnologias no âmbito do SUS. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 22 dez. 2011. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7646.htm. Acesso em: 2 jul. 2025.

BRASIL. Lei nº 14.307, de 3 de março de 2022. Altera a Lei nº 9.656/1998 para dispor sobre a cobertura obrigatória de procedimentos pela saúde suplementar. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 4 mar. 2022. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/lei/l14307.htm. Acesso em: 2 jul. 2025.

BRASIL. Lei nº 14.454, de 21 de setembro de 2022. Altera a Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998, para dispor sobre a amplitude das obrigações dos planos e seguros privados de assistência à saúde. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 22 set. 2022. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/lei/L14454.htm. Acesso em: 2 jul. 2025.

BRASIL. Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998. Dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 4 jun. 1998. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9656.htm. Acesso em: 2 jul. 2025.

BRASIL. Ministério da Saúde. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – CONITEC. Relatório de recomendação: Cladribina oral para tratamento de pacientes com esclerose múltipla remitente-recorrente altamente ativa, conforme protocolo do Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/2023/cladribina-oral-para-tratamento-de-pacientes-com-esclerose-multipla-remitente-recorrente-altamente-ativa-conforme-protocolo-do-ministerio-da-saude/view. Acesso em: 2 jul. 2025.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria SECTICS/MS nº 62, de 27 de outubro de 2023. Torna pública a decisão de incorporar, no âmbito do SUS, a Cladribina oral para tratamento da esclerose múltipla. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 30 out. 2023. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sctie/2023/prt0062_31_10_2023.html. Acesso em: 2 jul. 2025.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde. Portaria SECTICS/MS nº 62, de 27 de outubro de 2023. Torna pública a decisão de incorporar, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Cladribina oral para o tratamento de pacientes com esclerose múltipla remitente-recorrente altamente ativa. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/portaria/2023/portaria-sectics-ms-no-62/view. Acesso em: 2 jul. 2025.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. EREsp nº 1.886.929/SP. Julgado em 08 jun. 2022. Informativo do acórdão: o rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar é, em regra, taxativo, admitindo-se hipóteses excepcionais quando atendidos requisitos rigorosos de eficácia, recomendação técnica e ausência de substituto terapêutico. Disponível em: https://informativos.trilhante.com.br/julgados/stj-eresp-1886929-sp (resumo/tributos). Acesso em: 2 jul. 2025.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 1.692.938/SP. Relator: Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva. Terceira Turma. Julgado em 27 abr. 2021. Diário da Justiça Eletrônico (DJe): Brasília, DF, 4 maio 2021. Disponível em:https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/doc.jsp?livre=1692938&b=ACOR. Acesso em: 4 out. 2025.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 1.883.654/SP. Relator: Ministro Luis Felipe Salomão. Segunda Seção. Julgado em 8 jun. 2021. Ementa: Define que “domiciliar, de acordo com a lei, refere-se a ambiente que, necessariamente, contrapõe-se a ambulatorial e a hospitalar”, afastando a exclusão automática de cobertura por via de administração. Diário da Justiça Eletrônico (DJe): Brasília, DF, 2 ago. 2021. Disponível em: https://www.stj.jus.br/websecstj/cgi/revista/REJ.cgi/ATC?CodOrgaoJgdr=&SeqCgrmaSessao=&dt=20210802&formato=PDF&nreg=202001705892&salvar=false&seq=129823074&tipo=5. Acesso em: 2 jul. 2025.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Tutela Antecipada Antecedente nº 359 – PR (2024/0341155-3).

Relator: Ministro Marco Aurélio Gastaldi Buzzi. Segunda Seção. Publicado no Diário da Justiça Eletrônico em 17 set. 2024. Ementa: Reconhece a obrigatoriedade de cobertura de medicamento incorporado ao SUS, ainda que não incluído no rol da ANS, quando comprovada sua eficácia e necessidade terapêutica.

Disponível em: https://www.migalhas.com.br/arquivos/2024/9/06B802918A3467_stj-77.pdf. Acesso em: 2 jul. 2025.

BRASIL.Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 2 jul. 2025.

Chieffi AL, Barata RB. Judicialização da política pública de assistência farmacêutica e eqüidade. Cadernos de Saúde Pública 2009; 25(8) doi: 10.1590/S0102-311X2009000800020. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2009000800020

CONITEC. Relatório de recomendação: Cladribina oral para tratamento de pacientes com esclerose múltipla remitente-recorrente altamente ativa. Brasília: Ministério da Saúde, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2023/20230725_relatorio_cp_cladribina_emrr.pdf. Acesso em: 2 jul. 2025.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Judicialização da saúde no Brasil: perfil das demandas, causas e propostas de solução. Brasília: CNJ/Insper, 2019. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2018/01/f74c66d46cfea933bf22005ca50ec915.pdf. Acesso em: 8 out. 2025.

FERRAZ, O. L. M. Direito à saúde, recursos escassos e equidade: os riscos da interpretação judicial dominante. Dados, São Paulo, v. 52, n. 3, p. 223-251, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0011-52582009000100007

FINKELSZTEJN, Alessandro. Esclerose múltipla no Brasil: estudo de custo da doença e de custo-efetividade dos tratamentos disponíveis no país. 2013. Tese (Doutorado em Medicina: Ciências Médicas) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/88318/000912894.pdf?sequence=1. Acesso em: 2 jul. 2025.

GAJOFATTO, A. Treatment strategies for multiple sclerosis: When to start, switch and stop disease-modifying therapies. World Journal of Clinical Cases, v. 3, n. 7, p. 545–555, 2015. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4517331/. Acesso em: 2 jul. 2025. DOI: https://doi.org/10.12998/wjcc.v3.i7.545

JABASE, F.; SILVA, N.; OLIVEIRA, R.; et al. Cladribina oral para o tratamento da esclerose múltipla remitente-recorrente altamente ativa: análise de impacto orçamentário sob a perspectiva do sistema brasileiro de saúde suplementar. Journal of Brasillian Economics of Health – JBES, v. 13, n. 1, p. 42–54, 2021. Disponível em: https://www.jbes.com.br/index.php/jbes/article/download/109/93/180. Acesso em: 2 jul. 2025.

LIMA, Sandra Gonçalves Gomes; BRITO, Cláudia de; ANDRADE, Carlos José Coelho de. O processo de incorporação de tecnologias em saúde no Brasil em uma perspectiva internacional. Ciência & Saúde Coletiva, v. 24, n. 5, p. 1709-1722, 2019. Disponível em: https://ninho.inca.gov.br/jspui/handle/123456789/7004 (PDF). Acesso em: 2 jul. 2025. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232018245.17582017

MARTINS, Ana Carolina; OLIVEIRA, Júlia Ramos de. O papel do Poder Judiciário na flexibilização do rol da ANS e a proteção do direito fundamental à saúde. Revista de Direito e Desenvolvimento, v. 15, n. 2, 2023. Disponível em:

https://revistadedireitoedesenvolvimento.unifor.br/index.php/rdd/article/view/1417. Acesso em: 4 out. 2025.

NOVAES, Hillegonda Maria Dutilh. A avaliação das tecnologias em saúde: origem, desenvolvimento e desafios atuais. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 36, n. 9, e00006820, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/6p3SzRQKCpcR678Btk5xVyQ/?lang=pt. Acesso em: 4 out. 2025. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311x00006820

OCKÉ-REIS, Carlos Octávio. SUS: o desafio de ser único. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2018. Disponível em: https://fiocruz.br/livro/sus-o-desafio-de-ser-unico. Acesso em: 8 out. 2025.

PHYSIS (Revista de Saúde Coletiva). Judicialização de medicamentos de alto custo no Brasil. Physis, Rio de Janeiro, v. 35, n. 3, e350309, 2025. Disponível em: https://www.scielo.br/j/physis/a/mMMLv5zGPp8bW77hKbztHwp/. Acesso em: 4 out. 2025. DOI: https://doi.org/10.1590/s0103-73312025350309pt

PINHEIRO, Francielli S.; et al. Perfil das recomendações de exclusão de tecnologias na Conitec, 2012–2023. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 33, e20240057, 2024. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/ress/2024.v33/e20240057/pt/. Acesso em: 4 out. 2025. (Alternativo: PubMed Central https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11654042/). DOI: https://doi.org/10.1590/s2237-96222024v33e20240057.en

SILVA, S. N.; et al. Implementação de tecnologias em saúde no Brasil: análise do arcabouço regulatório e das orientações federais. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 29, n. 1, e00322023, 2024. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csc/2024.v29n1/e00322023/. Acesso em: 4 out. 2025. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232024291.00322023en

SOÁREZ, Patrícia Coelho. Avaliação de Tecnologias em Saúde: informada pela ciência ou a serviço da política? Revista de Saúde Pública, v. 55, 64, 2021. DOI: 10.11606/s1518-8787.2021055003234. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/rsp/2021.v55/64/pt/. Acesso em: 4 out. 2025. DOI: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055003234

SOUZA, Kleize Araújo de Oliveira; SOUZA, Luis Eugênio Portela Fernandes de. Incorporação de tecnologias no Sistema Único de Saúde: as racionalidades do processo de decisão da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde. Saúde & Debate, Rio de Janeiro, v. 42, especial 2, p. 48–60, out. 2018. DOI: 10.1590/0103-1104-2018S204. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-11042018s204

VIEIRA, Fabíola Sulpino. Judicialização e direito à saúde no Brasil: uma trajetória de encontros e desencontros. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 57, 1, 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsp/a/VJQ34GLNDB49xYVrGVKgDVF/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 4 out. 2025. DOI: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2023057004579

Published

2025-11-16

Data Availability Statement

Not applicable

Issue

Section

Artigos

How to Cite

FARIAS, Célio Ramos; SOUZA, Luciano Pereira de; LAMY, Marcelo. The provision of the drug mavenclad (cladribine) for the treatment of multiple sclerosis: legal and sanitary controversies in Brazil. Revista Brasileira de Direito Constitucional, [S. l.], v. 25, p. 240–256, 2025. DOI: 10.62530/rbdc25p240. Disponível em: https://rbdc.com.br/revista/article/view/396. Acesso em: 17 nov. 2025.